TDAH: o problema e seu nome para além das categorias diagnósticas

Autores

  • Adriana Bellodi Costa César Instituto Familiae

Palavras-chave:

TDAH- Diagnóstico, construcionismo social, terapia de família

Resumo

Este artigo propõe uma reflexão sobre as possibilidades de aproximação entre as categorizações diagnósticas produzidas pelas pesquisas neurocientíficas e a prática clínica orientada pelo movimento construcionista social, focalizando o TDAH (Transtorno de Défcit de Atenção e Hiperatividade). Partindo da premissa construcionista que enfatiza os efeitos pragmáticos da linguagem o texto objetiva mais especificamente: a) compreender o TDAH como construção social, contextualizando os principais aspectos de sua história; b) refletir sobre os efeitos do uso de classificações diagnósticas nas conversações terapêuticas, sem contudo, abandonar a terminologia convencional a respeito do problema; c) propor uma articulação teórico-prática a partir de fragmentos de atendimentos da clínica, vislumbrando a construção de narrativas alternativas para os sintomas apresentados pelas crianças. Como conclusão, a terapia entendida como prática discursiva colaborativa, pressupõe o compromisso de extrapolar o campo das idéias deterministas buscando transformações para aquilo que consideramos impróprio. Nesse sentido, a prática clínica é considerada como instrumento de mudança política.

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Biografia do Autor

Adriana Bellodi Costa César, Instituto Familiae

Psicóloga clínica, terapeuta individual de família e casal, membro da equipe docente do Instituto Familiae.

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Publicado

03/09/2016

Como Citar

Costa César, A. B. (2016). TDAH: o problema e seu nome para além das categorias diagnósticas. Nova Perspectiva Sistêmica, 23(49), 34–47. Recuperado de https://www.revistanps.com.br/nps/article/view/64

Edição

Seção

Artigos