Pilares Teóricos da Mediação de Conflitos

Autores

  • Tania Almeida

Palavras-chave:

autocomposição de conflitos, diálogo, debate, reflexão

Resumo

Este artigo corresponde a um segmento de minha dissertação de mestrado sobre Mediação de Conflitos – A Caixa de Ferramentas em Mediação: objetivos, operacionalização e impactos esperados; articulações e aportes teóricos. Aqui estão selecionados quatro pilares teóricos que sustentam o cenário onde a Mediação se desenvolve – a ética, o pensamento sistêmico, o processo de diálogo e os processos reflexivos. A linguagem é tratada como o solo no qual esses pilares teóricos e todos os demais que sustentam essa prática estão erigidos.

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Biografia do Autor

Tania Almeida

Médica e mediadora. Diretora do Mediare – Diálogos e Processos decisórios. Mestranda em Mediação de Conflitos (Master Latinoamericano Europeo en Mediación) pelo Institut Universitaire Kurt Bösh (Suíça) em convênio com a Universidade de Salta (Argentina). Short Term Consultant do Programa Latino-Americano de Mediação de Conflitos do Banco Mundial.

Referências

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Comentários sobre a bibliografia por partes

Parte I

MARCONDES, Danilo. Textos Básicos da Ética – de Platão a Foucault. Rio de Janeiro Editora Zahar, 2007.

O livro contém uma antologia de textos sobre a ética, a partir da visão de diferentes filósofos. Por ter fins didáticos, é de fácil e objetiva leitura e está sistematizado de forma que, ao final da exposição das ideias de cada pensador, o leitor encontre perguntas que favoreçam o entendimento e a construção do conhecimento correspondentes, assim como a recomendação de outras obras sobre o tema.

ECO, Humberto; MARTINI, Carlo Maria. Em que Crêem os que Não Crêem. Rio de Janeiro: Editora Record, 2010.

A existência e a invenção de Deus, assim como os fundamentos da ética, compõem os temas que motivam o diálogo entre Eco – olhar laico – e Martini – olhar religioso. Em forma de carta, essa conversa encomendada e publicada por uma revista italiana leva à reflexão sobre valores do homem contemporâneo e é comentada por filósofos, jornalistas, um teórico de extrema esquerda e um ex-ministro do partido socialista italiano.

Parte II

VASCONCELOS, Maria José Esteves. Pensamento Sistêmico – o novo paradigma da ciência. Campinas: Papirus Editora, 2002.

Maria José nos convida para a ideia de que novos paradigmas são construídos e adotados pela ciência porque existem cientistas com visão novo-paradigmática. Os leitores precisam também de pensadores novo-paradigmáticos que os auxiliem, em linguagem simples, a vivenciar nos textos aquilo que lhes é narrado. É o que ocorre nessa obra repleta de informações. Um livro para ler e para consultar.

CAPRA, Fritjof. O Ponto de Mutação – a ciência, a sociedade e a cultura emergentes. São Paulo: Editora Cultrix, 1982.

Este é um clássico, também transformado em filme (vale a pena ver), sobre o pensamento holístico ou sistêmico. Um livro para o leitor leigo, que possibilita acompanhar a influência do pensamento cartesiano-newtoniano em nossas vidas e sua redenção a uma nova visão de realidade, o pensamento holístico ou sistêmico.

Parte III

COOPERRIDER, David L.; WHITNEY, Diana; STAVROS, Jacqueline M. Appreciative Inquiry Handbook. Brunswick, Ohio: Crown Custom Publishing, 2005.

Os autores desenvolveram uma pesquisa no campo organizacional e constataram que as consultorias pautadas em diagnósticos patológicos – o que não está funcionando e precisa ser revisto – deixavam de lado os aspectos positivos da corporação. O diálogo apreciativo está baseado na positividade de qualquer sistema – família, empresa, comunidade. O livro mostra um passo a passo que orienta na construção de diálogos dessa natureza e propõe uma mudança paradigmática no campo da facilitação de diálogos.

ISAACS, William. Dialogue and the Art of Thinking Together. New York: Currency, 1999.

O autor integra a equipe do MIT Dialogue Project, e o livro, baseado em dez anos de pesquisa, dedica-se a estudar as características positivas de processos de diálogo, destacando a qualidade da expressão e da escuta, a admissão da diferença e a genuína curiosidade que vê o novo em temas conhecidos. A imagem metafórica que a pesquisa construiu sobre o diálogo foi levada para o título do livro – a arte de pensar junto.

Parte IV

ANDERSEN, Tom. Processos Reflexivos. Rio de Janeiro: NOOS e Instituto de Terapia de Família do Rio de Janeiro, 2002.

Nesta segunda edição, Tom Andersen agrega novas ideias e uma revisão das anteriores. Historiciza a construção do trabalho com equipes reflexivas e oferece seu substrato teórico, revelando a interlocução com diferentes autores e distintos pensamentos que se constituíram base daquele trabalho. Diretrizes para o trabalho com equipes reflexivas e para processos reflexivos em geral são oferecidas.

WATZLAWICK, Paul. (Org.). A Realidade Inventada. São Paulo: Editora Psy, 1994.

Essa obra compila textos de diferentes autores, todos afeitos ao tema da impossibilidade de apreensão da realidade. Recomendo, especialmente, a introdução, porque reúne Ernest von Glasersfeld – Introdução ao Construtivismo Radical –, e Heinz von Foerster – Construindo uma Realidade. Ambos os autores foram referência para Tom Andersen, na construção da ideia da equipe reflexiva. São textos densos, mas emblemáticos.

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Publicado

05/17/2016

Como Citar

Almeida, T. (2016). Pilares Teóricos da Mediação de Conflitos. Nova Perspectiva Sistêmica, 20(40), 68–82. Recuperado de https://www.revistanps.com.br/nps/article/view/85

Edição

Seção

Artigos