“Dizendo olá novamente”: A Presença de Michael White entre nós terapeutas familiares

Autores

  • Marilene Grandesso Grandesso

Resumo

Escrevi este artigo sob o impacto da perda inesperada do grande terapeuta e criador das práticas de terapia narrativa – Michael White – em abril de 2008. Para lidar com o luto pela perda de uma pessoa querida e fonte de inspiração de meu trabalho, propus-me a revisitar a sua produção numa espécie de ritual de reassociação de sua presença. (re-memebering conversations). Inspirada na leitura de suas obras, especialmente a publicada no último ano (WHITE, 2007), optei por seguir o fluxo de suas ideias a partir dos interlocutores, com os quais ele definiu seus conceitos e desenvolveu sua prática. Assim, o artigo passa especialmente pelo diálogo de Michael White com as obras de Bateson, Foucault, Derrida, Bruner, Vygotsky, Bachelard e Barbara Myerhoff. Trata-se de um recorte parcial para um terapeuta que não teve fronteiras disciplinares nem temporais para escolher seus parceiros de diálogo. Contudo, espero contribuir para manter vivo o fluxo das ideias, princípios, crenças e valores que orientaram o trabalho desse terapeuta que continuará sempre vivo para aqueles que acreditam na autoria das pessoas para transformar suas próprias vidas.

 

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

Bateson, G. (1972). Steps to an ecology of mind. Nova York: Ballantine Books.

Bateson, G. (1979). Mind and nature: a necessary unity. Nova York: Dutton.

Bruner, J. (1996). Actual minds, possible worlds. Cambridge: Harvard University Press.

Carey, M., Walther, S., Russel, S. Absent but Implicit: A Map to Support Therapeutic Enquiry. Family Process, 48: 319-341, 2009.

Dickerson, V.C., Zimmerman, J.L. (2001). Un enfoque narrativo para la terapia de familias con adolescentes. In S. FRIEDMAN (comp.) El nuevo lenguaje del cambio: la colaboración constructiva en psicoterapia. Barcelona: Gedisa.

Drewery, W. & Winslade, J. (1997). The theoretical story of narrative therapy. In G. Monk, J. Winslade, K. Crocket & D. Epston (Eds.), Narrative therapy in practice: the archaeology of hope. San Francisco: Jossey-Bass publishers.

Grandesso, M. (2001) e (2007)a. Sobre a reconstrução do significado: uma análise epistemológica e hermenêutica da prática clínica. São Paulo: Casa do Psicólogo.

Grandesso, M. A. (2006). Família e narrativas: histórias, histórias e mais histórias. In C. M. O. Cerveny (org.). Família e. São Paulo: Casa do Psicólogo.

Monk, G., Gehart, D.R. (2003). Sociopolitical activist or conversational partner? Distinguishing the position of the therapist in narrative and collaborative therapies. Family Process, 42: 19-30.

Myerhoff, B. (1982). Life history among the elderly: performance, visibility, and remembering. In J. Ruby (Ed.). A crack in the mirror: reflexive perspective in anthropology, (pp. 99-117). Philadelphia: University of Pennsylvania Press.

Myerhoff, B. (1986). Life not death in Venice: its second life. In V. Turner, E. Bruner (Eds.), The anthropology of experience. (pp. 261-286). Chicago: University of Illinois Press.

Payne, M. (2002). Terapia Narrativa. Barcelona: Paidós.

Vygotsky, L. (1996). Pensamento e linguagem. São Paulo: Martins Fontes.

White, M. (1984). Pseudo-encopresis: from avalanche to victory, from vicious to virtuous cycles. Family Systems Medicine, 2: 2.

White, M. (1986a). Negative explanation, restraint and double description: a template for family therapy. Family Process, 25: 2.

White, M. (1986b). Anorexia nervosa: a cybernetic perspective. In J. Elka-Harkaway (Orgs.) Eating disorders and family therapy. Nova York: Aspen.

White, M. (1986c). Family escape from trouble. Case Studies, 1: 1.

White, M. (1987). Family therapy and schizophrenia: addressing the “in the corner life-style”. Dulwich Centre Newsletter

White, M. (1988) Saying hullo again: the incorporation of the lost relationship in the resolution of grief. Dulwich Centre Newsletter, 7-11.

White, M. (1991). Deconsruction and therapy. Dulwich Centre Newsletter, 3, 21-40.

White, M. (1995). Re-authoring lives: interviews & essays. Adelaide: Dulwich Centre Publications.

White, M. (1997). Narratives of therapists’ lives. Adelaide: Dulwich Centre publications.

White, M. (2006). Narrative practice with families with children: externalizing conversations revisited. Em M. White, A. Morgan (Eds.) Narrative therapy with children and their families, (pp. 1-56). Adelaide: Dulwich Centre Publications.

White, M. (2007). Maps of narrative practice. Nova York: W. W. Norton & Company.

White, M., Epston, D. (1990). Narrative means to therapeutic ends. Nova York: W. W. Norton & Co.

Downloads

Como Citar

Grandesso, M. G. (2016). “Dizendo olá novamente”: A Presença de Michael White entre nós terapeutas familiares. Nova Perspectiva Sistêmica, 20(41), 99–118. Recuperado de https://www.revistanps.com.br/nps/article/view/208

Edição

Seção

Artigos