Gênero, cultura e rede social: a construção social da desigualdade de gênero por meio da linguagem

Autores

  • Marianne Feijó
  • Rosa Maria Stefanini de Macedo

Palavras-chave:

gênero, cultura, rede social, linguagem

Resumo

Baseado na visão sistêmico-cibernética- -novo paradigmática e no construcionismo social, o presente artigo é um convite à reflexão sobre a importância da linguagem na manutenção e na possibilidade de mudança de padrões relacionais desiguais entre pessoas, principalmente ligados às questões de gênero. Estudos sobre a linguagem e sobre o comportamento verbal das mulheres e dos homens, além das representações destes na mídia, servem de exemplos para evidenciar a necessidade aqui defendida de mudança nos padrões de desigualdade pautados em diferenças de gênero, que influenciam e sofrem influência da cultura, transmitida em nossas redes sociais, marcando posições privilegiadas segundo a tipificação sexual na sociedade. Este artigo é uma contribuição para o trabalho clínico com famílias e casais, do ponto de vista dos comportamentos correntes baseados em bordões veiculados pela mídia que se tornam populares, uma vez que se baseia em observações de situações clínicas e não clínicas sobre relações humanas e sobre a representação destas na mídia e nas produções artísticas.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Marianne Feijó

Coordenadora do projeto de mediação de conflitos da fundação Gol de Letra, professora assistente, doutora da Unesp-Bauru, professora e supervisora dos cursos de mediação da PUC-SP/Cogeae, Terapia Familiar e Intervenção Sistêmica da PUC-SP, Famerp, FTSA e Unifesp.

Rosa Maria Stefanini de Macedo

Psicóloga, profª titular do Programa de Estudos Pósgraduados em Psicologia Clínica da PUC-SP, líder do Núcleo de Família e Comunidade da Anpepp

Referências

Alarcão, M. (2000). (Des)equilíbrios

familiares. Coimbra: Quarteto Editora.

Almeida, M.V. (2009). Violência conjugal

e álcool: (in)existência de uma

relação causal? (Dissertação de Mestrado)

em Medicina legal e Ciências

forenses. Universidade de Coimbra,

Portugal.

Andolfi, M. (1996). A linguagem do encontro

terapêutico. Porto Alegre: Artes

Médicas.

Andolfi, M. (2003). Manual de Psicología

Relacional: La dimensión familiar.

Colombia: La Sillueta Ediciones.

Aun, J. G. (2007). A transmissão transgeracional

da contabilidade fami-

O processo de transmissão

intergeracional e a violência...

Natalia P. Scantamburlo,Carmen Leontina

O. O. Moré e Maria Aparecida Crepaldi

Nova Perspectiva Sistêmica, Rio de Janeiro, n. 44, p. 35-48, dez. 2012.

liar. In J.G. Aun et al. (Ed.) Atendimento

sistêmico de família e redes

sociais, II: o processo de atendimento

sistêmico. Belo Horizonte: Ophicina

de arte & prosa.

Aun, J.G., Vasconcelos, M.J.E., & Coelho,

S.V. (2005). Atendimento sistêmico

de família e redes sociais. I:

Fundamentos teóricos e epistemoló-

gicos. Belo Horizonte: Ophicina de

arte & prosa.

Bandura, A. (1977). Social learning theory.

Oxford: Prentice-Hall.

Böing, E., Crepaldi, M. A., & Moré, C. L.

O. O. (2008). Pesquisa com famílias:

aspectos teórico-metodológicos.

Paidéia, 18(40), 251-266.

Bolze, S., Schmit, B., Crepaldi, M. A., &

Vieira, M. (2011) Conflito conjugal:

uma revisão da produção científica

brasileira. Pensando famílias, 15(2),

-69.

Borzormenyi-Nagy, I. (1978). Visión

dialectica de la terapia familiar intergeneracional:

terapia familiar.

Buenos Aires: Ace.

Bowen, M. (1989). La terapia familiar

em la práctica clínica. Bilbao: Desclee

de Bouwer.

Bowen, M. (1998). De la família al individuo:

la diferenciación del sí mismo

em el sistema familiar. Buenos Aires:

Paidós.

Brancalhone, P. G., Fogo, J. C., & Williams,

L. C. A. (2004). Crianças expostas

à violência conjugal: avaliação

do desempenho acadêmico. Psicologia:

Teoria e Pesquisa, 20(2), 113-

Bronfenbrenner, U. (2004). Making human

Beings Human: Bioecological

Perspectives on Human Developmental.

Thousand Oaks: Sage.

Bronfenbrenner, U., & Morris, P. (1998).

The ecology of developmental processes.

In M. Lerner et al. (Ed.),

Handbook of child psychology: theo

retical models of human development.

New York: John Wiley & Sons.

Cantera, L. (2004). Más allá del gênero:

nuevos enfoques de “nuevas”

dimensiones y direcciones de la violencia

en la pareja. Athenea Digital:

Revista de Pensamiento e Investigaci-

ón Social, 6.

Cantera, L. (2007). Violência no casal:

um enfoque além do gênero. Porto

Alegre: Dom Quixote.

Carter, B., & MacGoldrick, G. (2001). As

mudanças no ciclo de vida: uma estrutura

para a terapia familiar. Porto

Alegre: Artmed.

Carvalho-Barreto, A., Bucher-Maluschke,

J.S.N.F, Almeida, P.C., & DeSouza,

E. (2009). Desenvolvimento

humano e violência de gênero: uma

integração bioecológica. Revista: reflexão

e crítica, 22(1), 86-92.

Correa, O.B.R. (2000). Os avatares da

transmissão psíquica geracional. São

Paulo: Escuta.

Cui, M., Durtschi, J., Donnellan, M.B,

Lorenz, F.O., & Conger, R.D. (2010).

Intergenerational Transmission of

Relationship Aggression: A Prospective

Longitudinal Study. Journal

of Family Psychology, 24(6), 688-

Cunha, R.B.B., Roza, M.L.A., Matta,

M.C., Stockler, M.C., Alegre, M., &

Santos, S. (2011). O autor de violência

incluído no atendimento de

terapia de família: desconstruindo

papéis, reconstruindo mundos.

Nova Perspectiva Sistêmica, XX(41).

Elkäim, M. (1998) Panorama das terapias

familiares. São Paulo: Summus.

Falcke, D. & Feres-Carneiro, T. (2011).

Reflexões sobre a violência conjugal:

diferentes contextos, múltiplas

expressões. In A. Wagner et al. (Ed.).

Desafios psicossociais da família contemporânea:

pesquisas e reflexões.

Porto Alegre: Artmed.

Feres-Carneiro, T. & Ziviani, C. (2009).

Conjugalidades contemporâneas:

um estudo sobre os múltiplos arranjos

conjugais da atualidade. In T.

F. Carneiro et al. (Ed.). Casal e família:

permanências e rupturas. São

Paulo: Casa do Psicólogo.

Grandesso, M. (2000). Sobre a reconstrução

do significado: Uma análise

epistemológica e hermenêutica da

prática clínica. São Paulo: Casa do

Psicólogo.

Gray, H.M., & Foshee, V. A. (1997).

Adolescent dating violence: Differences

between one-sided and mutually

violent profiles. Journal of Interpersonal

Violence, 12, 126-141.

Harris, S.M., & Dersch, C. A. (2001).

‘’I’m Just Not Like that’’: Investigating

the Intergenerational Cycle of

Violence. The Family Journal, 9(3),

-258.

Koller, S.H., & Antoni, C. (2004). Violência

intrafamiliar: uma visão ecológica.

In S. H. Koller (Ed.). Ecologia

do desenvolvimento humano: pesquisa

e intervenção no Brasil. São Paulo:

Casa do Psicólogo.

Kwong, M.J., Bartholomew, K., & Dutton,

D.G. (1999). Gender differences in

patterns of relationship violence in

Alberta. Canadian Journal of Behavioral

Science, 31, 150-160.

Kwong, M.J., Bartholomew, K., Henderson,

A.J.Z., & Trinke, S. (2003) The

intergenerational transmission of

relationship violence. Journal of

family psychology, 17(3), 288-301.

Lisboa, A.V., Féres-Carneiro, T., & Jablonski,

B. (2007). Transmissão intergeracional

da cultura: um estudo

sobre uma família mineira. Psicologia

em Estudo, 12(1), 51-59.

Malik, S., Sorenson, S.B., & Aneshensel,

C. S. (1997). Community and Dating

Violence Among Adolescents: Perpetration

and Victimization. Journal of

Adolescent Health, 21, 291?302.

Mccloskey, L.A., & Lichter, E.L. (2003).

The contribution of marital violence

to Adolescent aggression

across different relationships. Journal

of Interpersonal Violence, 18,

-412.

Melo, E.M. (2010). Podemos prevenir

a violência. Brasília: Organização

Pan-Americana da Saúde.

Recuperado em 24 agosto, 2011,

de http://portal.saude.gov.br/portal/.../podemos_prevenir_violencia_03_12_2010.pdf.

Minayo, M.C.S. (2007). A inclusão da

violência na agenda da saúde: trajetória

histórica. Ciência & Saúde

Coletiva, 11.

Ministério da Saúde. (2002). Violência

intrafamiliar: orientações para

a prática em serviço. Recuperado

em 24 agosto, 2011, de http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/

cd05_19.pdf.

Ministério da Saúde. (2005). Impacto

da violência na saúde dos brasileiros.

Recuperado em 24 agosto, 2011, de

http://www.bvsms.saude.gov.br/

bvs/publicacoes/impacto_violencia.

pdf.

Moré, C. L. O. O., & Cantera, L. (2010).

La violencia contra la mujer y la

práctica profesional: la perspectiva

de la familia, redes de apoyo

e interdisciplinariedad. Trabalho

completo. Anais do Congreso de Intervención

para el Estudio de la

Violencia Contra las Mujeres. Sevilla,

ES, España, 1.

Morin, E. (2005). Introdução ao pensamento

complexo. Porto Alegre: Sulina.

Mosmann, C., Wagner, A., & Féres-

-Carneiro, T. (2006). Qualidade conjugal:

mapeando conceitos. Paidéia,

(35), 315-325.

Narciso, I., & Ribeiro, M.T. (2009).

Olhares sobre a conjugalidade. Lisboa:

Coisas de ler.

Narvaz, M. (2002). Abusos sexuais e

violências de gênero. In M.R. Nunes

(Ed.). Os direitos humanos das meninas

e das mulheres: enfoques feministas.

Porto Alegre: Assembléia

legislativa do Rio Grande do Sul.

Narvaz, M. & Koller, S. H. (2004). Famí-

lias, violências e gêneros: desvelando

a trama da transmissão transgeracional

da violência de gênero. In M. Strey

et al. (Ed). Violência, gênero e políticas

públicas. Porto Alegre: Edipucrs.

Nichols, M.P. & Schwartz, R.C. (1998).

Terapia familiar: conceitos e métodos.

Porto Alegre: Artes Médicas.

O’Keefe, M. (1997). Predictors of dating

violence among high school

students. Journal of Interpersonal

Violence, 12, 546?568.

O’Keefe, M. & Treister, L. (1998). Victims

of dating violence among high

school students. Violence Against

Women, 4, 195?223.

O’Leary, K. D., Malone, J., & Tyree, A.

(1994). Physical aggression in early

marriage: Prerelationship and relationship

effects. Journal of Consulting

and Clinical Psychology, 62,

-602.

Oliveira, K. L. C. & Gomes, R. (2011).

Homens e violência conjugal: uma

análise de estudos brasileiros. Revista

ciência e saúde coletiva, 16(5),

-2413.

Olsen, J.P., Parra, G.R., & Bennett, S.A.

(2010). Predicting violence in romantic

relationships during adolescence

and emerging adulthood: A

critical review of the mechanisms by

which familial and peer influences

operate. Clinical Psychology Review,

, 411–422.

Organização Mundial de Saúde [OMS]

(2002). Relatório mundial sobre violência

e saúde. Genebra: Organização

Mundial de Saúde. Recuperado em

agosto, 2011, de http://www.opas.

org.br/cedoc/hpp/ml03/0329.pdf.

Organização Pan Americana de Saú-

de [OPAS] (2003). Repercussão da

violência na saúde das populações

Americanas. Recuperado em 04 setembro,

, de http://www.paho.

org/portuguese/gov/cd/cd44-fr-p.

pdf.

Osório, L.C. (2002) Casais e famílias:

uma visão contemporânea. Porto

Alegre: Artmed.

Papp, P. (2002). Casais em perigo: novas

diretrizes para terapeutas. Porto Alegre:

Artmed.

Penso, M.A., Costa, L.F., & Ribeiro,

M.A. (2008) Aspectos teóricos da

transmissão transgeracional do

genograma. In M. A. Penso et al.

(Eds.). A transmissão geracional em

diferentes contextos: da pesquisa à

intervenção. São Paulo: Summus.

Ravazzola, M.C. (2005). Historias infames:

los maltratos em las relaciones.

Buenos Aires: Paidós.

Santos, A. C. W., & Moré, C. L. O. O.

(2011a). Repercussão da violência

na mulher e suas formas de enfrentamento.

Paidéia, 21(49), 227-235.

Santos, A. C. W., & Moré, C. L. O. O.

(2011b). Impacto da Violência no

Sistema Familiar de Mulheres Vítimas

de Agressão. Ciência e profissão,

(2), 220-235.

Schmidt, B., Schneider, D.R., & Crepaldi,

M. A. (2011). Abordagem da

violência familiar pelos serviços de

saúde: contribuições do pensamento

sistêmico. Psico, 42(3), 321-329.

Silva, M. A; Falbo Neto, G.H., & Cabral

Filho, J. E. (2009). Maus-tratos

na infância de mulheres vítimas

de violência. Psicologia em Estudo,

(1), 121-127.

Slep, A. M., & O’Leary, S.G. (2005). Parent

and partner violence in families

with young children: Rates, patterns,

and connections. Journal of

Consulting and Clinical Psychology,

, 435-444.

Stelko-Pereira, A.C., & Williams, L. C.

A. (2010). Sobre o conceito de violência:

distinções necessárias. In

L.C.A. Williams et al. (Eds) Aspectos

Psicológicos da Violência: Pesquisa e

Intervenção Cognitivo-Comportamental.

Campinas: ESETEC.

Stith, S. M., Rosen, K. H., Middleton,

K. A., Busch, A. L., Lundeberg, K., &

Carlton, R. P. (2000). The Intergenerational

Transmission of Spouse

Abuse: A Meta-Analysis. Journal of

Marriage and the Family, 62, 640–

Straus, M. A., Gelles, R. J., & Steinmetz,

S. K. (1980). Behind Closed Doors:

Violence in the American Family.

New York: Anchor.

Tolan, P., Gorman-Smith, D., & Henry, D.

(2006) Family violence. Annual Review

Psychology, 57, 557–83.

Vasconcelos, M. J. E. (2007). Panorama

das abordagens transgeracionais

em terapia familiar. In J.G. Aun et

al. (eds). Atendimento sistêmico de

família e redes sociais. (Vol II): O

processo de atendimento sistêmico.

Belo Horizonte: Ophicina de arte &

prosa.

Von Foster, H. (1996). Las semillas de la

cibernetica: obras escogidas. España:

Gedisa.

Wagner, A. (2005). Como se perpetua a

família?: a transmissão dos modelos

familiares. Porto Alegre: Edipucrs.

Weber, L.N.D., Selig, G., Bernardi,

M.G., & Salvador, A.P.V. (2006).

Continuidade dos estilos parentais

através das gerações: transmissão

intergeracional de estilos parentais.

Paidéia, 16(35).

Whitaker, A. (1995) Dançando com a

família: uma abordagem simbólico-

-experiencial. Porto Alegre: Artes

Médicas, 1990.

Downloads

Como Citar

Feijó, M., & de Macedo, R. M. S. (2013). Gênero, cultura e rede social: a construção social da desigualdade de gênero por meio da linguagem. Nova Perspectiva Sistêmica, 21(44), 21–34. Recuperado de https://www.revistanps.com.br/nps/article/view/249

Edição

Seção

Artigos